Cristo era por parábolas com Nino o papo é reto

A imprensa, ultimamente mais chamada de midia, tem o dever e o direito por meio de seus agentes, de querer ser a primeira nos relatos, informes e notícias, o famoso “ furo”, sempre será importante para atrair e manter o leitor. Porém, na pressa para ser o primeiro, informações inconclusivas acabam confundindo a cabeça de quem tenta seguir as diversas narrativas. A nova geração do que hoje se chama jornalismo, sem a exigência de diplomas ou de experiência equivalente, tem sido tomada pela ânsia de sair à frente, sem o cuidado de checar, checar de novo e novamente, com mais de uma fonte, preferencialmente, sem temor de ser vista como chata e insistente. Há de se confiar na fonte primária, mas conferir o entorno não faz mal. E não sendo a fonte a peça principal da matéria, ligar para a figura central para confirmar se o dito sobre ela procede ou não, é imprescindível. A ansiedade gera desinformação, distorção e erros repetidos, como o de ficar explicando o porque de algo cravado como definido ainda não ser definitivo. Escrever o que pode acontecer sem afirmar é um recurso muito usado, mas o Jornalismo, acerta quando testifica e não quando simplesmente ventila. Sem o olhar experiente de um chefe de redação, sem a arguta percepção de um bom editor, sem o ambiente fervilhante de uma redação, sozinho com seu celular, o novo jornalista sente-se livre para teclar o que achar de interesse público… ou pessoal, e esta liberdade pode ter um preço, o de perder-se no emaranhado voraz da última novidade, suficiente para gerar milhares de acessos, mas proporcionalmente inversos à credibilidade. A pressa em ser o primeiro na faminta cadeia de notícias, não pode ser maior do que a Ética, quando sabidamente percebe-se texto vampirizado, disfarçado para parecer ser algo próprio; publicação de fotografias alheias; o uso de expressões e até bordões criados por colegas, replicados sem créditos e outros atropelamentos, incluindo o do idioma. Um pouco mais de calma, necessária inclusive para não ser o primeiro a soltar uma “ bomba”, mas ao escrever sobre esta, acrescentar detalhes importantes, tão importantes como a verdade, a lisura e a certeza do que se noticiou. Sair na frente para depois recuar não é nada produtivo, evitando uma salada mal-feita de recortes dúbios e imprecisos.

Foto ilustração

blogdolorenzini.com

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