PERTINENTE FALAR


Em uma trilogia, irei abordar o assunto dos últimos tempos:
FAKENEWS, para quem não conhece inglês: NOTÍCIA FALSA, MENTIRA, BOATO.
Em textos simples, diretos; começamos com:
A MELHOR E A PIOR COMIDA DO MUNDO.(continua após publicidade).

“Há mais de 2 séculos, um mercador quis provar a sabedoria de seu escravo, pois era a única linda qualidade dele, já que o escravo era feio e corcunda, de nome Esopo.
O mercador chamou Esopo, deu-lhe uma sacola de moedas e mandou ir ao mercado para comprar o que havia de melhor para um banquete, a melhor comida do mundo!
Logo, Esopo retornou. Trouxe consigo um prato coberto por um fino tecido de linho.
O mercador destampou o prato:

  • Ah, língua? Nada como uma boa língua com o tempero dos pastores gregos. Mas, porque escolheste ela?
    Cabeça baixa, olhos fitos no chão, o escravo explicou sua escolha:
  • O que há de melhor do que a língua, senhor? A língua é que nos une a todos, quando falamos. Sem a língua não poderíamos nos entender. (…) com a língua podemos dizer do nosso amor. A língua é o órgão do carinho, da ternura, do amor, da compreensão. É a língua que torna eternos os versos dos grandes escritores. Com a língua se ensina, se persuade, se instrui, se reza, se explica, se canta, se descreve, se elogia, se demonstra, se afirma. Com a língua dizemos “mãe”, “querida” e “Deus”. (…) Com a língua dizemos “eu te amo”! O que pode haver de melhor do que a língua, senhor?
  • Realmente, Esopo, tu me trouxeste o que há de melhor. Toma esta outra sacola de moedas. Vai de novo ao mercado e traze o que houver de pior, pois quero ver a tua sabedoria.
    Mais uma vez, depois de algum tempo, o escravo Esopo voltou do mercado trazendo um prato coberto por um pano. O mercador recebeu-o com um sorriso:
    -Hum… já sei o que há de melhor. Vejamos agora o que há de pior…
    O mercador descobriu o prato e ficou indignado:
  • O que?! Língua? Língua outra vez? Língua? Não disseste que a língua era o que havia de melhor? Queres ser açoitado?
    Esopo encarou o mercador e respondeu:
  • A língua, senhor, é o que há de pior no mundo. É a fonte de todas as intrigas, o início de todos os processos, a mãe de todas as discussões. É a língua que separa a humanidade, que divide os povos. É a língua que usam os maus políticos quando querem nos enganar com suas falsas promessas. É a língua que usam os vigaristas quando querem trapacear. A língua é o órgão da mentira, da disc[ordia, dos desentendimentos, das guerras, da exploração. É a língua que mente, que esconde, que engana, que blasfema, que insulta, que se acovarda, que xinga, que bajula, que destrói, que calunia, que vende, que conduz, que corrompe. Com a língua, dizemos “morre”, “canalha” e demônio”. Com a língua dizemos “não”. Com a língua dizemos “eu te odeio”! Aí está, senhor, porque a língua é a pior comida do mundo.”

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